Há um espelho de corpo inteiro que a encara desconfiado. Seria prudente evitá-lo, é o que a mulher pensa, mas persiste na posição, o corpo inclinado para tentar aliviar as costas, as mãos nos joelhos, os pés descalços bem fincados no chão. Fecha os olhos e consegue ver-se, uma repetição do espelho dentro dela e ela em duplicado: aquilo que é e a imagem que tem de si devolvida pela superfície prata. A mulher convence-se que está a enlouquecer.